quarta-feira, 17 de maio de 2017

ciência teórica do sonambulismo

Que saboreia a estirpe 
que dorme cedo de hora
o fogo a pele que lambe 
o retalho retículo chora
acorda
perto demais que se jorra
para fora de onde estiver
onde o fato de observar
olhos atrás atrás
da cabeça aberta fria resfria
noite fria e delícia lascívia
deita cama de frio e goza
a última lástima
lágrima que rega a fome
de tua carne por dentro da minha
carne
a única forma de vida
parasita
uniforme
unilateral
entra fresta e varal
guarda tudo e todo o resto
do rosto
do espelho igual
dorme igual
gradualmente marginal
do mundo das horas que vem depois
dorme
solidão
luz que acalma e morre
morre da falta de escuro
na falta de sussurro
barulho
no ruído etéreo
escuridão

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