quarta-feira, 17 de maio de 2017

anti inflamatório

Não existem olhares ou amores
Pedras voláteis respiráveis
Aparelhos pulsantes
Limítrofes de casca permeável
Não existem pudores e medicamentos
Somos o sono lento que torna toda troça
Em suportáveis melódicas vagas horas
Não somos de equinócios ou café quente
O preço que se paga é estar vivendo cada e cada minuto
Aquele mundo
Imundo
Do que não ser
Do que não fazer
Esse não é meu espelho
Nem de fora a casa habita
Escondida de confortáveis demônios
E tranca a chave fora de medo
Do desperdício do monte de merda
Ao espaço no estômago acabamento
É engolir todos os poetas
Mortos de frio ou de bêbado
O fim das horas e dos pulsos abertos
Ou uma toalha resistente
Amarrada no mais alto da janela
E nem ainda é de manhã
Viver o que não seres a vida
Ao morrer do que seria a sorte de ficar um pouco mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário